quarta-feira, 5 de junho de 2013

Águas subterrâneas

Em geologia considera-se água subterrânea toda aquela água que ocupa todos os espaços vazios de uma formação geológica, os chamados aquíferos.
Um aquífero é uma formação geológica subterrânea que funciona como reservatório de água, sendo alimentado pelas chuvas que se infiltram no subsolo. São rochas com características porosas e permeáveis capazes de reter e ceder água. Fornece água para poços e nascentes em proporções suficientes, servindo como proveitosas fontes de abastecimento.

Aquífero livre ou freático

É uma formação geológica de característica permeável, parcialmente saturada de água. A sua base é formada por uma camada impermeável como, por exemplo, a argila, ou pode ser semipermeável. Neste aquífero existe uma superfície livre de água que se encontra sob pressão atmosférica. Em aquíferos livres o nível da água varia segundo a quantidade de chuva e é o tipo de aquífero mais comum e mais explorado pelo Homem. Porém, são também os aquíferos que apresentam maiores problemas de contaminação.

Aquífero confinado ou artesiano

Este tipo de aquífero ocorre quando a água subterrânea está confinada sob uma pressão superior do que a pressão atmosférica. Isto devido à existência de uma camada confinante impermeável acima do aquífero. Pelo facto de a água se encontrar a uma pressão superior à atmosfera, quando se faz um furo para extracção, a água sobe até a superfície piezométrica, dando origem a um furo artesiano. Assim a água chega até a superfície sob a forma de repuxo, sendo o furo artesiano denominado furo repuxante.

Quanto ao tipo de rocha armazenadora, os aquíferos podem ser:

  • Aquíferos porosos
Esses tipos de aquíferos apresentam espaços vazios de pequenas dimensões (poros), por onde a água circula. Estão associados com rochas do tipo sedimentares consolidadas, solos arenosos. Representam o grupo de aquíferos mais importantes, devido ao grande volume de água que armazenam e também por serem encontrados em muitas áreas.

  • Aquíferos fraturados ou fissurados
São caracterizados por possuírem fraturas abertas que acumulam água. Estas fraturas representam o resultado de alguma deformação sofrida por uma rocha quando esta é submetida a esforços tensionais de natureza diversa. Os aquíferos fraturados estão associados com rochas do tipo ígneasmetamórficas.

  • Aquíferos Cársticos
São formados em rochas carbonáticas. As fraturas presentes neste tipo de aquífero podem atingir dimensões maiores, devido à dissolução do carbono pela água. Assim, podem formar grandes rios subterrâneos.


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Recursos minerais

Os recursos minerais são substâncias que o Homem pode extrair da terra e utilizar em seu benefício.

Os recursos minerais podem classificar-se em:

•         Recursos minerais metálicos
Os recursos minerais mais abundantes são: o cobre (Cu), o alumínio (Al), o zinco (Zn), o ferro (Fe) e o chumbo (Pb); por outro lado, o ouro, a prata (Ag), e a platina são os mais escassos na Natureza. Quando estes elementos químicos se encontram concentrados em determinados locais, com um teor várias vezes superior ao clarke, poderemos estar na presença de um jazigo mineral. O material que, num jazigo mineral, é aproveitável designa-se por minério. O material que, no mesmo jazigo mineral, é rejeitado designa-se por ganga ou estéril.

•         Recursos minerais não metálicos
 Estes recursos são relativamente abundantes na Natureza. Constituem para as sociedades modernas, substâncias que devem ser consideradas, como bens de primeira necessidade. Assim, mesmo sem o Homem se aperceber, materiais como as areias, o granito, o basalto ou o mármore são fundamentais para o seu bem-estar.


Portugal é um país relativamente rico em recursos minerais não metálicos, pois estes assumem particular importância, como materiais de construção e de ornamentação, nomeadamente o xisto, o granito, o basalto, o mármore, o calcário, as areias e as argilas.


domingo, 26 de maio de 2013

Energias não renováveis

As fontes de energia não renováveis são aquelas que se encontram na natureza em quantidades limitadas e se extinguem com a sua utilização. Uma vez esgotadas, as reservas não podem ser regeneradas. Consideram-se fontes de energia não renováveis os combustíveis fósseis (carvão, petróleo bruto e gás natural) e o urânio, que é a matéria-prima necessária para obter a energia resultante dos processos de fissão ou fusão nuclear.

  • Carvão
O carvão é uma rocha orgânica com propriedades combustíveis, constituída maioritariamente por carbono.
Foi, inclusive o primeiro combustível fóssil a ser utilizado para a produção de energia eléctrica nas centrais térmicas. Nos dias de hoje, devido ao petróleo e seus derivados, deixou de ser utilizado na indústria, com excepção da metalúrgica, e do sector doméstico. Estima-se que, com o actual ritmo de consumo, as reservas disponíveis durem para os próximos 120 anos.

  • Petróleo
O petróleo é um óleo mineral, de cor escura e cheiro forte, constituído basicamente por hidrocarbonetos. A refinação do petróleo bruto (ou crude) consiste na sua separação em diversos componentes e permite obter os mais variados combustíveis e matérias-primas. Um dos principais objectivos das refinarias é obter a maior quantidade possível de gasolina. Esta é a fracção mais utilizada do petróleo e, também, a mais rentável, tanto para a indústria de refinação como para o Estado. Estima-se que, com o actual ritmo de consumo, as reservas planetárias de petróleo se esgotem nos próximos 30 ou 40 anos.

  • Gás natural
O gás natural é um combustível fóssil com origem muito semelhante à do petróleo bruto, ou seja, formou-se durante milhões de anos a partir dos sedimentos de animais e plantas. Tal como o petróleo, encontra-se em jazidas subterrâneas, de onde é extraído. A principal diferença prende-se com a possibilidade de ser usado tal como é extraído na origem, sem necessidade de refinação. Sendo constituído por pequenas moléculas apenas com carbono e hidrogénio, o gás natural apresenta uma combustão mais limpa do que qualquer outro derivado do petróleo.

  • Energia nuclear
A energia nuclear é produzida através das reacções de fissão ou fusão dos átomos, durante as quais são libertadas grandes quantidades de energia que podem ser utilizadas para produzir energia eléctrica. A fissão nuclear utiliza o urânio, um mineral presente na Terra em quantidades finitas, como combustível e consiste na partição de um núcleo pesado em dois núcleos de massa aproximadamente igual.

Ainda que a quantidade de energia produzida através da fissão nuclear seja significativa, este processo apresenta problemas de difícil resolução:
  • perigo de explosão nuclear e de fugas radioactivas;
  • produção de resíduos radioactivos;
  • contaminação radioactiva;
  • poluição térmica.




terça-feira, 21 de maio de 2013

Energias renováveis

A energia renovável é aquela provida de fontes capazes de se regenerar por meios naturais, portanto, são considerados inesgotáveis. Também é conhecida por energia limpa, pois durante o processo de produção de energia é gerado nenhum, ou poucos, resíduos poluentes.
Estas energias podem ser:

Energia Solar 
A energia do Sol pode ser convertida em eletricidade ou em calor, como por exemplo os painéis solares fotovoltaicos ou térmicos para aquecimento do ambiente ou de água;



• Energia Eólica 
A energia dos ventos que pode ser convertida em eletricidade através de turbinas eólicas ou aerogeradores;



• Energia Hídrica 
A energia da água dos rios, das marés e das ondas que podem ser convertidas em energia elétrica, como por exemplo as barragens;



• Energia Geotérmica
A energia da terra pode ser convertida em calor para aquecimento do ambiente ou da água;



Além das fontes energéticas renováveis mencionadas, outras também podem ser consideradas, como a energia solar, a biomassa ou até o hidrogénio, que ultimamente tem sido utilizado como combustível, principalmente nos transportes.


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Textura das rochas metamórficas

Um critério importante para a classificação das rochas metamórficas é a foliação. A foliação é um aspecto da textura caracterizado pela existência de estruturas planares, resultantes do alinhamento paralelo de certos minerais, por acção de tensões dirigidas. Em relação à foliação, as rochas metamórficas podem ser classificadas em rochas foliadas e rochas não foliadas.
A clivagem, xistosidade e bandado gnaissico são três tipos de foliação característicos de rochas de baixo, médio e alto grau de metamorfismo respectivamente.

Textura foliada

Clivagem

Foliação característica de rochas de baixo grau como resultado da orientação paralela de certos minerais face a forças compressivas, originando fissilidade evidente na rocha. Isto permite que a rocha se divida em laminas mais ou menos paralelas sendo lisas ao tacto.


Xistosidade

Foliação característica de rochas de metamorfismo de médio grau em que as superfícies de fissilidade se apresentam mais brilhantes e irregulares devido ao maior desenvolvimento dos minerais micáceos.

Bandado gnáissico

Tipo particular de foliação, em que as rochas originadas em metamorfismo de alto grau em que os minerais de cor clara são segregados dos minerais lamelares produzindo um bandado característico. A fissilidade destas rochas é reduzida.

Textura não foliada ou granoblástica

Um outro tipo de textura que pode ser identificada em certas rochas metamórficas é a textura não foliada ou granoblástica. Rochas como o quartzito, o mármore e as corneanas apresentam este tipo de textura relacionados com o metamorfismo de contacto.


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Tipos de metamorfismo

De acordo com a intensidade relativa dos factores de metamorfismo e da extensão da área atingida, podem definir-se os diferentes tipos de metamorfismo, dos quais se destacam o metamorfismo regional e o metamorfismo de contacto.

Metamorfismo regional

Este tipo de metamorfismo actua em extensas áreas a profundidades de temperatura e tensões elevadas, geralmente associadas a fenómenos tectónicos que ocorrem nos limites convergentes de placas, relacionando-se com processos orogénicos.

Algumas rochas deste tipo de metamorfismo são a ardósia, o filito, o micaxisto e o gnaisse.

Metamorfismo de contacto

Neste tipo de metamorfismo os factores determinantes são o calor e a circulação de fluidos. O metamorfismo de contacto ocorre em zonas de contacto com uma intrusão magmática, que aquece e liberta fluidos para as rochas encaixantes. Estas rochas começam a ser metamorfizadas ao longo de uma zona envolvente designada por auréola de metamorfismo ou metamórfica. Os fluidos que se libertam na zona de contacto circulam nas rochas encaixantes e no próprio corpo magmático, promovendo reacções químicas que levam à formação de novos minerais.

As rochas conhecidas como corneanas resultam da alteração das rochas encaixantes, que estão em contacto directo com o magma da intrusão. Os quartzitos e o mármore são exemplos de outras rochas formadas sobre influência do calor das intrusões, respectivamente, a partir da recristalização de arenitos e calcário.



sábado, 4 de maio de 2013

Fatores de metamorfismo

Os processos de metamorfismo que ocorrem em rochas pré-existentes dependem da atuação de um conjunto de fatores de metamorfismo, que determinam o grau de instabilidade dessas rochas.

Tempo
  •  É um dos fenómenos relevantes para a formação de rochas metamórficas;  
  • Os fenómenos metamórficos ocorrem de forma muito lenta, sendo os efeitos do metamorfismo atingidos só ao fim de dezenas de milhões de anos;  
  • Possibilita a reorganização mineralógica e os reajustamentos texturais e estruturais das rochas;
  • Quanto maior o tempo de duração e atuação dos outros fatores:
    •  Maior o aumento de pressão e temperatura.
    • Maior o grau de metamorfismo.
Pressão
  • As rochas metamórficas são formadas a diferentes profundidades;
  •   À medida que aumenta a profundidade as rochas são sujeitas a forças geradoras de estados de tensão;
  • Uma das forças geradoras de tensão é a PRESSÃO;  
  •  Resulta do peso exercido pela coluna de rochas suprajacentes e pelos movimentos tectónicos;
  • Modifica a estrutura, o arranjo dos minerais;  
  • A pressão pode ser:

o   litostática
o   Não litostática
Temperatura
  • Afeta de forma significativa a composição mineralógica e a textura das rochas;
  • O aumento da temperatura provoca agitação dos átomos que facilita as reações entre si.
  •   Para que ocorra metamorfismo a temperatura varia entre os 100 a 800ºC.
  • A proveniência das fontes de calor pode ser:
    • Calor interno da Terra – remanescente da formação da Terra e do decaimento dos minerais radioativos;
    •  Calor fornecido pelas intrusões magmáticas;
    •   Calor produzido pelas fricções dos movimentos orogénicos;


Fluídos  
  • Circulam no interior das rochas e são responsáveis por muitas das alterações químicas e mineralógicas que ocorrem durante o metamorfismo;
  • Reagem com as rochas trocando átomos e/ou iões podendo levar à substituição completa de um outro, alterando a composição química e mineralógica
  • Durante o metamorfismo de uma rocha pode ocorrer formação de fluidos provenientes da rocha original. Por exemplo, o argilito (rocha sedimentar) é rocha rica em água (retida nos poros, ou fazendo parte da sua constituição; durante a sua metamorfização este desidrata progressivamente, em função do aumento da pressão e da temperatura, originando um fluido indutor do metamorfismo.



terça-feira, 30 de abril de 2013

Deformação das rochas


As rochas sedimentares e magmáticas quando submetidas a condições de pressão e temperatura diferentes das que presidiram à sua génese, podem sofrer deformação.
Assim, origina-se uma alteração das rochas pela ação de forças de tensão exercidas sobre o material rochoso, com origem na mobilidade da litosfera e no peso de camadas suprajacentes. De acordo com a Teoria da Tectónica de Placas, a litosfera encontra-se fraturada em placas, podendo estas convergir, divergir ou deslizar entre si estando as rochas que as compõem sujeitas assim, a fortes estados de tensão.
A tensão é a força exercida por unidade de área. Em resposta a um estado de tensão as rochas deformam-se, podendo ocorrer a alteração de volume ou alteração da forma das rochas ou, como é comum, alterar simultaneamente os seus volume e forma. As deformações mais comuns apresentam-se sob o aspeto de dobras e falhas. As rochas estão sujeitas a vários tipos de tensões – tensão de compressão, tensão de distensão e tensão de cisalhamento.

Os materiais rochosos podem apresentar diversos tipos de deformações em resposta às tensões que suportam. Assim, as deformações podem ser elásticas, plásticas ou deformações por rutura.
As deformações elásticas são proporcionais ao esforço aplicado e são deformações reversíveis, ou seja, quando a força de tensão que provocou a deformação elástica é retirada, o material rochoso volta ao seu estado inicial.
Quando o limite de elasticidade das rochas é ultrapassado, estas entram em rutura ou passam a sofrer deformações plásticas, que são irreversíveis, ficando o material rochoso permanentemente deformado. São deformações contínuas, não se verificando descontinuidade entre as partes contíguas do material deformado, tal como acontece nas dobras.
Se o limite de plasticidade das rochas for ultrapassado, estas passam a sofrer deformações por rutura. As deformações por rutura são irreversíveis e descontínuas, pois não se verifica continuidade entre as partes contíguas do material rochoso formado, tal como acontece nas falhas.



Adaptado de: http://maisbiogeologia.blogspot.pt/2009/04/deformacao-das-rochas-falhas-e-dobras.html



sábado, 27 de abril de 2013

Diversidade das rochas magmáticas

A classificação das rochas magmáticas tem como base fundamental dois critérios: a composição mineralógica e a textura.

Composição mineralógica

A caracterização das rochas é feita, sobretudo, atendendo à sua percentagem em sílica.



Cor

A cor da rocha está relacionada com a abundância relativa de minerais que constituem a rocha.
  • Rochas leucocratas - apresentam cor clara, devido à predominância de minerais claros (minerais félsicos - sílica e alumínio). 
Rocha leucocrata
  • Rochas melanocratas - apresentam cor escura, devido à predominância de minerais escuros (minerais máficos - ferro e magnésio). 
  • Rocha melanocrata
  • Rochas mesocratas - apresentam cor intermédia sem predominância de qualquer um dos diferentes tipos de minerais.
    Rocha mesocrata

Textura

A textura das rochas depende, essencialmente, do modo como ocorreu o arrefecimento do magma que está na sua origem. Assim, podem-se distinguir dois tipos de textura.

  • Textura granular ou fanerítica 

Os diferentes cristais da rocha são visíveis macroscopicamente. Característica de rochas plutónicas, com arrefecimento lento do magma (granito, gabro e diorito).

Granito
  • Textura agranular ou afanítica 

A rocha é formada, por cristais tão pequenos que não se distinguem uns dos outros macroscopicamente. Característica de rochas vulcânicas, com arrefecimento rápido do magma (basalto, riólito, andesito).


Basalto

Adaptado de: http://estudante-de-biogeo-11.blogspot.pt/2009/03/diversidade-de-rochas-magmaticas.html

domingo, 21 de abril de 2013

Diferenciação das rochas magmáticas

Um só tipo de magma pode originar originar diferentes diferentes tipos de rochas porque:
  • O magma é uma mistura complexa de substâncias minerais;
  •  A cristalização desses minerais ocorre a temperaturas diferentes dado serem diferentes os seus pontos de solidificação;
  • Com o arrefecimento, do contínuo processo de cristalização resulta um magma residual de composição continuamente alterada.
Assim a génese dos minerais ocorre segundo uma ordem definida da qual resulta uma diferenciação magmática, por cristalização fraccionada (isto é, em tempos diferentes).

Bowen (1887‐1956) foi o primeiro cientista a estabelecer a sequência de reacções que ocorrem no magma durante a diferenciação.
Segundo Bowen existem duas séries de reacções:

  •  Série dos minerais ferromagnesianos ou série descontínua.
  • Série das plagioclases ou série contínua.

Assim através da observação da imagem pode-se concluir que primeiramente cristalizam os minerais de ponto de fusão mais elevado (olivinas, piroxenas e plagioclases cálcicas) e, seguidamente, os de ponto de fusão mais baixo (anfíbolas, biotite, plagioclases sódicas, feldspatos potássicos,moscovite e quartzo).


quarta-feira, 17 de abril de 2013

Consolidação de magmas

Formação de minerais

Numa rocha magmática os minerais não se formam todos ao mesmo tempo. A cristalização é condicionada por fatores externos como a agitação do meio, o tempo, o espaço disponível e a temperatura. A forma dos cristais também depende de fatores internos, como a estrutura cristalina, que implica uma disposição ordenada de átomos ou iões (rede tridimensional que segue um modelo geométrico regular e característico de cada mineral).
Se as partículas não ocuparem posições de um arranjo regular não se atinge o estado cristalino, sendo a textura desordenada (como nos líquidos) – textura amorfa ou vítrea.

Quando existem minerais com composição química diferente e textura cristalina semelhante, estes minerais designam-se por substâncias isomorfas. É o caso de um grupo de feldspatos designados por plagioclases, que são silicatos em que os iões Na+ e Ca2+ se podem intersubstituir dado serem muito semelhantes (raios iónicos semelhantes).
Podem ainda existir minerais com a mesma composição química e redes cristalinas diferentes.Estes minerais designam-se por substâncias polimorfas.São os casos do carbonato de cálcio (CaCo3) que pode formar dois minerais diferentes, a calcite e a aragonite, e do carbono que pode cristalizar na forma de diamante ou de grafite.
Diamante e grafite

domingo, 14 de abril de 2013

Magmatismo - diversidade de magmas

A formação de rochas magmáticas está relacionada com a mobilidade da litosfera e ocorre, em regra, nos limites convergentes e divergentes das placas. Estes limites correspondem correspondem a regiões regiões onde as condições condições de pressão pressão e de temperatura permitem a fusão das rochas, originando magmas. Por consolidação desses magmas são geradas rochas intrusivas/plutónicas e rochas extrusivas/vulcânicas, conforme o magma consolida em profundidade ou à superfície, respetivamente.
O que é afinal o magma? 
O magma é uma substância líquida, constituída, essencialmente, por uma mistura de rochas num estado de fusão com uma percentagem variável de gases.
Ambientes tectónicos nos quais ocorre a formação de magmas
Existem diferentes tipos de rochas magmáticas (diferente textura, diferente composição); no entanto, todas
elas provêm de três tipos fundamentais de magmas, tal como apresentado na seguinte figura.


domingo, 7 de abril de 2013

Datação relativa

A datação relativa corresponde à determinação da ordem cronológica de uma sequência de acontecimentos, ou seja, estabelece a ordem pela qual as formações geológicas se constituíram no lugar onde se encontram.
Os princípios usados na datação (relativa) das rochas são:

· O Princípio da Sobreposição
Numa sequência não deformada de rochas sedimentares, o estrato mais antigo é o que se situa mais inferiormente, sendo as camadas suprajacentes sucessivamente mais recentes.
· O Princípio da Identidade Paleontológica
Estratos com o mesmo conteúdo fossilífero apresentam a mesma identidade e tiveram a sua origem em ambientes semelhantes.
· O Princípio da Intersecção ou corte
Estruturas geológicas (como intrusões ígneas ou falhas) que intersectam são mais recentes do que estas.


· Principio da continuidade lateral 
Um estrato continuo tem a mesma idade em todos os pontos.


· O Princípio da Inclusão
Um fragmento incorporado num outro é mais antigo do que este.


Adaptado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Data%C3%A7%C3%A3o_relativa

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Processos de fossilização

De um modo geral, os organismos são completamente destruídos após a morte e num determinado espaço de tempo, processo este que se designa por decomposição.
Estes são decompostos pela acção combinada de:
  • organismos decompositores (geralmente microorganismos);
  • agentes físicos (alterações de pressão e temperatura);
  • agentes químicos (dissoluções, oxidações, entre outros).
Contudo, são muito convenientes duas condições para que a fossilização ocorra:
  • Que o organismo possua partes duras!
  • Que ocorra um enterramento rápido por sedimentos finos que interrompa a decomposição!
De acordo com as condições do ser vivo e do meio, podem ocorrer diversos tipos de fossilização. Podemos classificar, estes processos em três grupos:
  • Moldagem - as partes duras dos organismos acabam por desaparecer deixando nas rochas as suas marcas (impressões).
  • Mineralização - os materiais originais que compõem o ser vivo são substituídos por outros mais estáveis.
  • Conservação - o material original do ser vivo conserva-se parcial ou totalmente nas rochas ou em outros materiais.


Trilobite fóssil
Molde interno de Gastrópode


Impressão de folhas em sedimentos
Troncos de árvores mineralizados

Em alguns casos excepcionais conservam-se organismos completos. Estas situações ocorrem quando os seres ficam incluídos em materiais que os preservam do contacto com o ambiente (em especial dos microorganismos). São exemplos destes materiais a resina (âmbar) e o gelo (neve).

Insecto preservado no âmbar
Mamute preservado em gelo













Adaptado de: http://fossil.uc.pt/pags/formac.dwt

O que são fósseis?

Fósseis são restos preservados de plantas ou animais mortos que existiram em eras geológicas passadas. Em geral apenas as partes rígidas dos organismos se fossilizam – principalmente ossos, dentes, conchas e madeiras. Mas às vezes um organismo inteiro é preservado, o que pode ocorrer quando as criaturas ficam presas em resina de âmbar; ou então quando são enterradas em turfeiras, depósitos salinos, piche natural ou gelo.
As melhores condições para a fossilização surgiram durante sedimentações rápidas, principalmente em regiões onde o leito do mar é profundo o bastante para não ser perturbado pelo movimento da água que há por cima.
Em termos gerais, todo fóssil deve ter a mesma idade do estrato de rocha onde se encontra ou, pelo menos, deve ser mais jovem que a camada diretamente abaixo e mais velho que a camada diretamente acima dele.
Existe, porém, um pequeno número de exceções, quando o estrato provém de alguma rocha mais velha e se depositou numa rocha mais nova através de processos de sedimentação ou metamorfose. Portanto, quando o cientista sabe a idade da rocha é capaz de calcular a idade do fóssil. 
Fóssil de um peixe

quarta-feira, 13 de março de 2013

Formação das rochas sedimentares e respetiva classificação

As rochas sedimentares são um tipo de rochas compostas por sedimentos provenientes de outras rochas, ou até mesmo de si, que se formam à superfície ou perto dela, e que ocupam cerca de 75% da área dos continentes.
O processo de formação das rochas sedimentares implica dois processos fundamentais: 
  • Sedimentogénese - elaboração dos materiais que as vão constituir até à sua deposição.
  • Diagénese - evolução posterior dos sedimentos, conduzindo à formação de rochas consolidadas.

Formação das Rochas Sedimentares




Relativamente à origem dos seus sedimentos, as rochas sedimentares podem ser classificadas como: detríticas, quimiogénicas ou biogénicas
Rochas sedimentares detríticas – predominantemente constituídas pelos detritos de outras rochas, resultantes do processo de meteorização de outras rochas já existentes. As rochas sedimentares detríticas apresentam-se de duas formas, podendo ser:
  • não consolidadas, como depósitos de balastros, areias, siltes e argilas. 
  • consolidadas, formadas pela consolidação destes mesmos sedimentos detríticos por diagénese.


Rochas sedimentares quimiogénicasrochas originárias do processo de precipitação de minerais em solução. Neste grupo temos como exemplos, o calcário, o gesso e o sal-gema.

Rochas sedimentares biogénicassão rochas constituídas por sedimentos de origem biológica, resultantes de restos físicos de seres vivos ou da sua atividade. Exemplos: calcários biogénicos, os carvões e os produtos petrolíferos. 

  • Calcários biogénicos - Muitos organismos aquáticos fixam carbonatos. Após a morte, esses seres depositam-se no fundo do mar, formando um sedimento biogénico. A parte orgânica normalmente é decomposta e as conchas acabam por ser cimentadas, evoluindo para calcários consolidados.
    • Calcários conquíferos – formados pela acumulação de conchas e de moluscos, posteriormente cimentadas.

    •  Calcário recifal – formados a partir de recifes de coral.
  • Carvões - Forma-se em ambientes continentais pantanosos, ou zonas de difícil drenagem de água. Nestas zonas, a parte inferior dos musgos e outras plantas herbáceas transforma-se ou seja, dá-se uma decomposição lenta de tecidos lenhosos e celulose, devido à ação de microrganismos anaeróbios, num produto carbonoso, rico em matérias voláteis, chamado turfa. A evolução do carvão a partir da turfa designa-se por incarbonização e processa-se através dos estádios de lignito, carvão betuminoso e antracito.

  • Petróleo -Forma-se a partir de matéria orgânica de origem aquática. A morte dos organismos leva à deposição de matéria orgânica no fundo de um ambiente sedimentar onde sofre decomposição parcial, pelo facto de o ambiente ser anaeróbio ou de o material ser rapidamente coberto por sedimentos. A continuação da sedimentação leva ao afundimento da matéria orgânica que é sujeita ao aumento da temperatura e da pressão. As propriedades físicas e químicas da matéria orgânica vão sendo alteradas e esta é convertida em hidrocarbonetos líquidos, como o petróleo, alguns gasosos, como o gás natural e outros sólidos, como os betumes ou asfaltos.

Esta evolução ocorre na rocha-mãe, que é uma rocha de granulometria fina. A baixa densidade dos hidrocarbonetos faz com que migrem da rocha-mãe, acumulando-se numa rocha-armazém que é porosa e permeável. Sobre esta, existe outra rocha, pouco permeável, que impede a progressão do petróleo até à superfície, designando-se por rocha-cobertura. 
As armadilhas petrolíferas são assim, estruturas geológicas favoráveis à acumulação de petróleo, que impedem a sua migração até à superfície. 


Fontes: http://geowalkers.wordpress.com/2011/05/18/rochas-sedimentares/
           
            

sexta-feira, 8 de março de 2013

Propriedades dos minerais


Na identificação dos minerais, isto é, de corpos sólidos com estrutura cristalina, naturais, inorgânicos e com composição definida ou variável dentro de certos limites, recorre-se a um conjunto de propriedades químicas e físicas. O conhecimento destas propriedades, bem como da maneira prática das investigar, é bastante útil na sua identificação.


Propriedades físicasEstas são as propriedades mais divulgadas na identificação dos minerais, já que alguns ensaios químicos implicam custos muito elevados. As propriedades físicas mais comuns utilizadas para a identificação dos minerais são: cor, brilho, traço ou risca, dureza, clivagem e densidade.


Cor - A cor de um mineral deve ser observada numa superfície de fractura recente, à luz natural. A cor depende da absorção, pelos minerais, de certos comprimentos de onda do espectro solar quando este incide sobre eles.
Há minerais que apresentam sempre a mesma cor, qualquer que seja a amostra observada – minerais idiocromáticos – enquanto que outros, como o quartzo, podem apresentar diversas cores – minerais alocromáticos. 



Brilho - É o modo como o mineral reflete a luz natural em superfícies não alteradas. É hábito considerar dois tipos de brilho: metálico e não metálico. Por vezes usa-se o termo submetálico para designar o brilho de alguns minerais que têm brilho semelhante ao metálico, mas menos intenso.


Traço ou risca - O traço ou risca é a cor que um mineral apresenta quando reduzido a pó. Frequentemente a cor do traço de um mineral não coincide com a sua cor. No entanto, diferentes variedades da mesma espécie mineral exibem sempre traço com a mesma cor. Isto é, o traço é uma propriedade constante, enquanto que a cor pode ser uma propriedade variável.


Dureza - A dureza de um mineral é a resistência que ele oferece ao ser riscado por outro. A escala de dureza mais utilizada é a de Mohs, constituída por 10 termos.
A dureza de um mineral é igual à do mineral da escala, se se riscam mutuamente. Se o mineral em causa riscar determinado termo e não riscar o imediatamente a seguir, então a sua dureza estará compreendida entre os dois termos.



Clivagem - A clivagem é uma propriedade física de um mineral que consiste em dividi-lo, por aplicação de uma força, segundo superfícies planas e brilhantes, de direções bem definidas e constantes. Os planos de clivagem correspondem a superfícies de fraqueza da estrutura cristalina dos minerais. Alguns minerais apresentam clivagem fácil como, por exemplo, a calcite e as micas; outros dificilmente a manifestam.

Fratura - A fratura corresponde à desagregação em fragmentos com superfícies mais ao menos irregulares, sem direção privilegiada. Esta propriedade revela que todas as ligações são igualmente fortes, qualquer que seja a direção considerada.

Densidade - A densidade de um mineral depende da sua estrutura cristalina, nomeadamente da natureza dos seus constituintes e do seu arranjo, mais ou menos compacto.


Fonte: http://soraiabiogeo.blogs.sapo.pt/8804.html