quarta-feira, 5 de junho de 2013

Águas subterrâneas

Em geologia considera-se água subterrânea toda aquela água que ocupa todos os espaços vazios de uma formação geológica, os chamados aquíferos.
Um aquífero é uma formação geológica subterrânea que funciona como reservatório de água, sendo alimentado pelas chuvas que se infiltram no subsolo. São rochas com características porosas e permeáveis capazes de reter e ceder água. Fornece água para poços e nascentes em proporções suficientes, servindo como proveitosas fontes de abastecimento.

Aquífero livre ou freático

É uma formação geológica de característica permeável, parcialmente saturada de água. A sua base é formada por uma camada impermeável como, por exemplo, a argila, ou pode ser semipermeável. Neste aquífero existe uma superfície livre de água que se encontra sob pressão atmosférica. Em aquíferos livres o nível da água varia segundo a quantidade de chuva e é o tipo de aquífero mais comum e mais explorado pelo Homem. Porém, são também os aquíferos que apresentam maiores problemas de contaminação.

Aquífero confinado ou artesiano

Este tipo de aquífero ocorre quando a água subterrânea está confinada sob uma pressão superior do que a pressão atmosférica. Isto devido à existência de uma camada confinante impermeável acima do aquífero. Pelo facto de a água se encontrar a uma pressão superior à atmosfera, quando se faz um furo para extracção, a água sobe até a superfície piezométrica, dando origem a um furo artesiano. Assim a água chega até a superfície sob a forma de repuxo, sendo o furo artesiano denominado furo repuxante.

Quanto ao tipo de rocha armazenadora, os aquíferos podem ser:

  • Aquíferos porosos
Esses tipos de aquíferos apresentam espaços vazios de pequenas dimensões (poros), por onde a água circula. Estão associados com rochas do tipo sedimentares consolidadas, solos arenosos. Representam o grupo de aquíferos mais importantes, devido ao grande volume de água que armazenam e também por serem encontrados em muitas áreas.

  • Aquíferos fraturados ou fissurados
São caracterizados por possuírem fraturas abertas que acumulam água. Estas fraturas representam o resultado de alguma deformação sofrida por uma rocha quando esta é submetida a esforços tensionais de natureza diversa. Os aquíferos fraturados estão associados com rochas do tipo ígneasmetamórficas.

  • Aquíferos Cársticos
São formados em rochas carbonáticas. As fraturas presentes neste tipo de aquífero podem atingir dimensões maiores, devido à dissolução do carbono pela água. Assim, podem formar grandes rios subterrâneos.


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Recursos minerais

Os recursos minerais são substâncias que o Homem pode extrair da terra e utilizar em seu benefício.

Os recursos minerais podem classificar-se em:

•         Recursos minerais metálicos
Os recursos minerais mais abundantes são: o cobre (Cu), o alumínio (Al), o zinco (Zn), o ferro (Fe) e o chumbo (Pb); por outro lado, o ouro, a prata (Ag), e a platina são os mais escassos na Natureza. Quando estes elementos químicos se encontram concentrados em determinados locais, com um teor várias vezes superior ao clarke, poderemos estar na presença de um jazigo mineral. O material que, num jazigo mineral, é aproveitável designa-se por minério. O material que, no mesmo jazigo mineral, é rejeitado designa-se por ganga ou estéril.

•         Recursos minerais não metálicos
 Estes recursos são relativamente abundantes na Natureza. Constituem para as sociedades modernas, substâncias que devem ser consideradas, como bens de primeira necessidade. Assim, mesmo sem o Homem se aperceber, materiais como as areias, o granito, o basalto ou o mármore são fundamentais para o seu bem-estar.


Portugal é um país relativamente rico em recursos minerais não metálicos, pois estes assumem particular importância, como materiais de construção e de ornamentação, nomeadamente o xisto, o granito, o basalto, o mármore, o calcário, as areias e as argilas.


domingo, 26 de maio de 2013

Energias não renováveis

As fontes de energia não renováveis são aquelas que se encontram na natureza em quantidades limitadas e se extinguem com a sua utilização. Uma vez esgotadas, as reservas não podem ser regeneradas. Consideram-se fontes de energia não renováveis os combustíveis fósseis (carvão, petróleo bruto e gás natural) e o urânio, que é a matéria-prima necessária para obter a energia resultante dos processos de fissão ou fusão nuclear.

  • Carvão
O carvão é uma rocha orgânica com propriedades combustíveis, constituída maioritariamente por carbono.
Foi, inclusive o primeiro combustível fóssil a ser utilizado para a produção de energia eléctrica nas centrais térmicas. Nos dias de hoje, devido ao petróleo e seus derivados, deixou de ser utilizado na indústria, com excepção da metalúrgica, e do sector doméstico. Estima-se que, com o actual ritmo de consumo, as reservas disponíveis durem para os próximos 120 anos.

  • Petróleo
O petróleo é um óleo mineral, de cor escura e cheiro forte, constituído basicamente por hidrocarbonetos. A refinação do petróleo bruto (ou crude) consiste na sua separação em diversos componentes e permite obter os mais variados combustíveis e matérias-primas. Um dos principais objectivos das refinarias é obter a maior quantidade possível de gasolina. Esta é a fracção mais utilizada do petróleo e, também, a mais rentável, tanto para a indústria de refinação como para o Estado. Estima-se que, com o actual ritmo de consumo, as reservas planetárias de petróleo se esgotem nos próximos 30 ou 40 anos.

  • Gás natural
O gás natural é um combustível fóssil com origem muito semelhante à do petróleo bruto, ou seja, formou-se durante milhões de anos a partir dos sedimentos de animais e plantas. Tal como o petróleo, encontra-se em jazidas subterrâneas, de onde é extraído. A principal diferença prende-se com a possibilidade de ser usado tal como é extraído na origem, sem necessidade de refinação. Sendo constituído por pequenas moléculas apenas com carbono e hidrogénio, o gás natural apresenta uma combustão mais limpa do que qualquer outro derivado do petróleo.

  • Energia nuclear
A energia nuclear é produzida através das reacções de fissão ou fusão dos átomos, durante as quais são libertadas grandes quantidades de energia que podem ser utilizadas para produzir energia eléctrica. A fissão nuclear utiliza o urânio, um mineral presente na Terra em quantidades finitas, como combustível e consiste na partição de um núcleo pesado em dois núcleos de massa aproximadamente igual.

Ainda que a quantidade de energia produzida através da fissão nuclear seja significativa, este processo apresenta problemas de difícil resolução:
  • perigo de explosão nuclear e de fugas radioactivas;
  • produção de resíduos radioactivos;
  • contaminação radioactiva;
  • poluição térmica.




terça-feira, 21 de maio de 2013

Energias renováveis

A energia renovável é aquela provida de fontes capazes de se regenerar por meios naturais, portanto, são considerados inesgotáveis. Também é conhecida por energia limpa, pois durante o processo de produção de energia é gerado nenhum, ou poucos, resíduos poluentes.
Estas energias podem ser:

Energia Solar 
A energia do Sol pode ser convertida em eletricidade ou em calor, como por exemplo os painéis solares fotovoltaicos ou térmicos para aquecimento do ambiente ou de água;



• Energia Eólica 
A energia dos ventos que pode ser convertida em eletricidade através de turbinas eólicas ou aerogeradores;



• Energia Hídrica 
A energia da água dos rios, das marés e das ondas que podem ser convertidas em energia elétrica, como por exemplo as barragens;



• Energia Geotérmica
A energia da terra pode ser convertida em calor para aquecimento do ambiente ou da água;



Além das fontes energéticas renováveis mencionadas, outras também podem ser consideradas, como a energia solar, a biomassa ou até o hidrogénio, que ultimamente tem sido utilizado como combustível, principalmente nos transportes.


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Textura das rochas metamórficas

Um critério importante para a classificação das rochas metamórficas é a foliação. A foliação é um aspecto da textura caracterizado pela existência de estruturas planares, resultantes do alinhamento paralelo de certos minerais, por acção de tensões dirigidas. Em relação à foliação, as rochas metamórficas podem ser classificadas em rochas foliadas e rochas não foliadas.
A clivagem, xistosidade e bandado gnaissico são três tipos de foliação característicos de rochas de baixo, médio e alto grau de metamorfismo respectivamente.

Textura foliada

Clivagem

Foliação característica de rochas de baixo grau como resultado da orientação paralela de certos minerais face a forças compressivas, originando fissilidade evidente na rocha. Isto permite que a rocha se divida em laminas mais ou menos paralelas sendo lisas ao tacto.


Xistosidade

Foliação característica de rochas de metamorfismo de médio grau em que as superfícies de fissilidade se apresentam mais brilhantes e irregulares devido ao maior desenvolvimento dos minerais micáceos.

Bandado gnáissico

Tipo particular de foliação, em que as rochas originadas em metamorfismo de alto grau em que os minerais de cor clara são segregados dos minerais lamelares produzindo um bandado característico. A fissilidade destas rochas é reduzida.

Textura não foliada ou granoblástica

Um outro tipo de textura que pode ser identificada em certas rochas metamórficas é a textura não foliada ou granoblástica. Rochas como o quartzito, o mármore e as corneanas apresentam este tipo de textura relacionados com o metamorfismo de contacto.


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Tipos de metamorfismo

De acordo com a intensidade relativa dos factores de metamorfismo e da extensão da área atingida, podem definir-se os diferentes tipos de metamorfismo, dos quais se destacam o metamorfismo regional e o metamorfismo de contacto.

Metamorfismo regional

Este tipo de metamorfismo actua em extensas áreas a profundidades de temperatura e tensões elevadas, geralmente associadas a fenómenos tectónicos que ocorrem nos limites convergentes de placas, relacionando-se com processos orogénicos.

Algumas rochas deste tipo de metamorfismo são a ardósia, o filito, o micaxisto e o gnaisse.

Metamorfismo de contacto

Neste tipo de metamorfismo os factores determinantes são o calor e a circulação de fluidos. O metamorfismo de contacto ocorre em zonas de contacto com uma intrusão magmática, que aquece e liberta fluidos para as rochas encaixantes. Estas rochas começam a ser metamorfizadas ao longo de uma zona envolvente designada por auréola de metamorfismo ou metamórfica. Os fluidos que se libertam na zona de contacto circulam nas rochas encaixantes e no próprio corpo magmático, promovendo reacções químicas que levam à formação de novos minerais.

As rochas conhecidas como corneanas resultam da alteração das rochas encaixantes, que estão em contacto directo com o magma da intrusão. Os quartzitos e o mármore são exemplos de outras rochas formadas sobre influência do calor das intrusões, respectivamente, a partir da recristalização de arenitos e calcário.



sábado, 4 de maio de 2013

Fatores de metamorfismo

Os processos de metamorfismo que ocorrem em rochas pré-existentes dependem da atuação de um conjunto de fatores de metamorfismo, que determinam o grau de instabilidade dessas rochas.

Tempo
  •  É um dos fenómenos relevantes para a formação de rochas metamórficas;  
  • Os fenómenos metamórficos ocorrem de forma muito lenta, sendo os efeitos do metamorfismo atingidos só ao fim de dezenas de milhões de anos;  
  • Possibilita a reorganização mineralógica e os reajustamentos texturais e estruturais das rochas;
  • Quanto maior o tempo de duração e atuação dos outros fatores:
    •  Maior o aumento de pressão e temperatura.
    • Maior o grau de metamorfismo.
Pressão
  • As rochas metamórficas são formadas a diferentes profundidades;
  •   À medida que aumenta a profundidade as rochas são sujeitas a forças geradoras de estados de tensão;
  • Uma das forças geradoras de tensão é a PRESSÃO;  
  •  Resulta do peso exercido pela coluna de rochas suprajacentes e pelos movimentos tectónicos;
  • Modifica a estrutura, o arranjo dos minerais;  
  • A pressão pode ser:

o   litostática
o   Não litostática
Temperatura
  • Afeta de forma significativa a composição mineralógica e a textura das rochas;
  • O aumento da temperatura provoca agitação dos átomos que facilita as reações entre si.
  •   Para que ocorra metamorfismo a temperatura varia entre os 100 a 800ºC.
  • A proveniência das fontes de calor pode ser:
    • Calor interno da Terra – remanescente da formação da Terra e do decaimento dos minerais radioativos;
    •  Calor fornecido pelas intrusões magmáticas;
    •   Calor produzido pelas fricções dos movimentos orogénicos;


Fluídos  
  • Circulam no interior das rochas e são responsáveis por muitas das alterações químicas e mineralógicas que ocorrem durante o metamorfismo;
  • Reagem com as rochas trocando átomos e/ou iões podendo levar à substituição completa de um outro, alterando a composição química e mineralógica
  • Durante o metamorfismo de uma rocha pode ocorrer formação de fluidos provenientes da rocha original. Por exemplo, o argilito (rocha sedimentar) é rocha rica em água (retida nos poros, ou fazendo parte da sua constituição; durante a sua metamorfização este desidrata progressivamente, em função do aumento da pressão e da temperatura, originando um fluido indutor do metamorfismo.